Sistema de saúde em Gaza pode entrar em colapso “nas próximas horas”, alerta ministério

Apenas cerca de um terço dos 36 hospitais e centros de cuidados de saúde primários de Gaza estão a funcionar e todos enfrentam uma grave escassez de medicamentos, abastecimentos médicos básicos, combustível e mão-de-obra

Francisco Laranjeira
Maio 13, 2024
11:47

O sistema de saúde na Faixa de Gaza pode entrar em colapso em “algumas horas”, alerta esta segunda-feira o Ministério da Saúde do enclave.

“Algumas horas nos separam do colapso do sistema de saúde na Faixa de Gaza como resultado da falha em trazer o combustível necessário para operar geradores de eletricidade em hospitais, ambulâncias e funcionários de transporte”, disse o ministério, citado pela publicação ‘Al Jazeera’

Apenas cerca de um terço dos 36 hospitais e centros de cuidados de saúde primários de Gaza estão a funcionar e todos enfrentam uma grave escassez de medicamentos, abastecimentos médicos básicos, combustível e mão-de-obra.

De acordo com a publicação, a equipa média do Hospital Kuwaitiano em Rafah recebeu orem de evacuação por parte das forças israelitas – os médicos temem que um ataque ao hospital signifique “um colapso total” do sistema médico limitado em Rafah.

Junaid Sultan, cirurgião vascular que trabalhou como voluntário em Rafah, diz que a perda de energia dos hospitais é uma “sentença de morte” para os pacientes. “Os hospitais estão praticamente esgotados hoje e se não for fornecido combustível, basicamente ficarão sem eletricidade e água”, refere, citado pela ‘Al Jazeera’.

“Se esse combustível não chegar, será uma sentença de morte não apenas para 100, mas para milhares de pacientes”, acrescenta.

Sultan disse que a principal preocupação é que os pacientes não tenham mais acesso às máquinas de diálise, o que significa que muitos poderão morrer em questão de dias ou semanas. “O problema é que normalmente, no mundo moderno, quando se interrompe alguém em diálise, é o anúncio de morte, pois eles estão em tratamento paliativo”, explica. “Precisam de toda a parte do tratamento hospitalar, precisam de todos os analgésicos e de todos os medicamentos de apoio para mantê-los confortáveis ​​e morrer confortavelmente. Portanto, esta é uma situação muito, muito má.”

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